Facilitar Biodanza não me facilita a Vida. Ponto. Mas tem ajudado muito a que me torne numa pessoa que eu gosto de ser - superando desafios e descobrindo mais e mais recursos, potência, sensibilidade. E tantas pessoas boas para estes processos ;-)
Já quando comecei a facilitar em Grupo Regular, pelos idos 2016, sabia que ia ser um desafio e que me iria trazer mais Catarina para eu descobrir. WIP.
O Grupo Terra, como lhe chamo agora, conta com uma história atribulada e para mim, facilitar, nessa primeira fase, era sinónimo de grande esforço e cansaço no final. Talvez isso seja verdade para todos os inícios.
Em 2020, quando todas as atividades foram encerradas, uma parte de mim suspirou de alívio. Mas, outra parte, sabia que a pausa deveria ser usada para me organizar, para poder regressar de outra forma. Para encontrar uma forma melhor para mim.
E isso aconteceu em setembro de 2022, quando a vida me ofereceu um regresso em forma de calorosa festa, com uma aula para mais de 100 pessoas na Feira Alternativa de Lisboa.
A aula foi magnífica e eu senti-me alegre, potente e a oferecer uma bela memória aos presentes.
Um presente da Vida dirão. Sim! Mas fiquem sabendo que quando regressava para casa percebi que aquele era, de certo modo, um presente envenenado - ele também tinha dentro um imperativo para o regresso...
E regressei.
Mas, para não ser assim simples e fácil (LOL), em vez de abrir um... decidi começar dois grupos regulares: um em TERRA (semanal) e outro na ÁGUA (mensal). Só para continuar a ser verdade que Facilitar Biodanza ainda não me facilita a Vida ;-D
Fiquem a saber que a parte mais 'fácil' deste trabalho é mesmo o preparar das aulas e escolher exercícios e músicas. Depende apenas de mim, de estudo e vai-se agilizando com a prática.
Neste momento, levo para as aulas uma estrutura central e preparo as propostas no momento - o risco aumenta, sim, mas é um espaço fundamental para a minha criatividade e também para não perder a adrenalina (LOLOL).
MAS ENTÃO Catarina!?!
Ora reparem - onde facilitar é mesmo, mesmo exigente é na relação. É aqui que a facilitação me desafia a estar atenta para manter a minha imensa calma. Nem sempre consigo.
É que este é um trabalho Emocionalmente-Intensivo. Com pessoas e suas imensidões do outro lado, a cada momento.
Cada desconhecido, potencial participante, curioso, parceiro ou aluno, estão num mundo onde a Biodanza tem um lugar que eu desconheço. E há tantos mundos diferentes do meu. Com hábitos, ética, organização, prioridades, linguagens tão diferentes...
Mas, enquanto facilitadora, eu tenho de ter uma resposta para cada um destes contactos, perguntas, pessoas... E deparo-me com alguns momentos em que é demasiado intenso para mim.
Afinal eu sou só uma pessoa, que também lida com o seu mundo interior (e o meu é enorme e intenso). Não consigo ter todas as respostas ao mesmo tempo. Não estou só com 'a tua' pergunta.
Por exemplo, na fase de preparação de uma nova aula de Biodanza Aquática chego a estar em contacto/relação com mais de 20 pessoas ao mesmo tempo...
É assim que, antes de uma aula, chego a perguntar-me se vale a pena tanto investimento. Tanto tempo. Tanto trabalho e coração em algo que parece que não se vê.
Mas depois chego à roda final e não tenho dúvidas: Facilitar Biodanza é a melhor profissão do Mundo.
A melhor, mas seguramente não a mais fácil!
Aqui têm três imagens do antes, durante e depois da aula de Biodanza Aquática de 17 de dezembro de 2022.
* Sou neste momento (ordenado pelo nº de horas semanais) assessora na área da cooperação Territorial da AD&C, Psicoterapeuta Junguiana e Facilitadora de Biodanza
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